Escolaridade
Aqui vamos apontar alguns tópicos sobre escolarização das crianças com Síndrome de Down (T21). Apresentaremos alguns conceitos em que nos embasamos.
Educação Inclusiva:
A Educação inclusiva compreende um conjunto de ferramentas e estratégias que tem como objetivo a inserção de indivíduos com qualquer tipo de deficiência dentro do ambiente escolar regular. A educação inclusiva permite não apenas o acesso à educação como também permite a inserção social do indivíduo, que passa a conviver como indivíduo como qualquer outro da sociedade com seus direitos e deveres.
Todos são diferentes e têm o direito de ter igualdade de oportunidades.
Vale lembrar que não seria necessário conceituar e não teríamos tantos desafios se já estivesse incorporado na sociedade a diversidade.
Faz-se importante conhecer as leis que direcionam a educação inclusiva, principalmente o Estatuto da Pessoa com Deficiência, o ECA e a BNCC.
As pessoas com Síndrome de Down têm deficiência intelectual, essa informação é de extrema importância quando falamos no processo de escolarização de uma criança que deve frequentar a escola regular desde a educação infantil. Em razão desse fato, é necessário um plano individualizado para essa criança, o qual deve ser construído em conjunto com a escola, família e a equipe de especialistas que acompanham o desenvolvimento da criança. Se faz necessária uma adaptação curricular, por esse motivo deve haver uma professora que acompanhe a criança nas aulas.
O aprendizado e o desenvolvimento da capacidade de se relacionar e socializar dependem, entre outras coisas, de oportunidades de interação com crianças da mesma idade ou de idades diferentes em situações diversas. Cabe ao professor promover atividades individuais ou em grupo, respeitando as diferenças e estimulando a troca entre as crianças.
A escola deve promover esse apoio para que a criança atinja os objetivos para a fase de aprendizagem na qual está inserida, não podendo em nenhum momento ser excluída da turma. Para tanto, o material poderá ser adaptado, com práticas simplificadas, porém deve estar sempre dentro do contexto. Vale destacar que sempre se deve dar oportunidade de manifestação da criança.
A relação de respeito, amizade, cumplicidade e afetividade estabelecida com os professores faz uma diferença muito positiva no desenvolvimento de qualquer aluno.
Crianças com síndrome de Down que estudam com colegas sem deficiência beneficiam não só a si mesmas, mas também aos outros alunos da escola. Pesquisa recente realizada pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) concluiu que crianças que estudaram com colegas com deficiência desenvolveram atitudes positivas relacionadas à tolerância, respeito ao outro e abertura ao diálogo em um grau muito maior do que as que conviveram em ambientes mais homogêneos.
Por isso, conhecer as escolas é muito importante no momento de fazer a escolha, conversar com a coordenação pedagógica, falar do desenvolvimento do seu filho/da sua filha, das adaptações que possivelmente serão necessárias.
Dicas importantes para a aprendizagem:
- Retomar sempre o que foi aprendido ajuda-os a memorizar;
- Na comunicação, a principal dica é falar devagar, olhando nos olhos da pessoa com deficiência intelectual para prender sua atenção;
- Usar o auxílio de desenhos, esquemas e palavras-chave ajuda muito;
- Ser sempre o mais direto possível.
O esporte no contexto escolar, ou fora dele, garante a interação, a disciplina e a aceitação a regras.
Todas as crianças têm direito a um futuro mais promissor, com maiores oportunidades!
Algumas Leis importantes:
- 2011 - Decreto nº 7.612, de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Plano Viver sem Limite. 2012 – Lei nº 12.764 A lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
- Lei 13.146 de 2015, a Lei Brasileira de Inclusão, que por ser Lei Ordinária específica e posterior, derroga os termos utilizados pelas legislações anteriores para estabelecer que o legítimo é usar a nomenclatura PESSOA COM DEFICIÊNCIA e não PORTADOR.
- 2014 – Plano Nacional de Educação (PNE) A meta que trata do tema no atual PNE é a de número 4. Sua redação é: “Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados”. O entrave para a inclusão é a palavra “preferencialmente”, que, segundo especialistas, abre espaço para que as crianças com deficiência permaneçam matriculadas apenas em escolas especiais.
Mudanças com a nova lei da inclusão:
A nova lei da inclusão menciona ser obrigatória a formação e disponibilização dos professores para o atendimento educacional especializado, assim como de profissionais de apoio. Essas são:
- X – adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial e continuada de professores e oferta de formação continuada para o atendimento educacional especializado;
- XI – formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional especializado, de tradutores e intérpretes de Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio;
Através da inclusão, o ambiente escolar se torna um passo importante não só para a socialização, mas também como a fonte do aprendizado da pessoa com síndrome de Down. Isto é, a pessoa se sente motivada e bem recebida, o que facilita seu desenvolvimento, tanto pessoal quanto escolar.
Referências:
- Carneiro, Maria Sylvia Cardoso – Adultos com Síndrome de down
- Rosa, Jorge La (org.) – Psicologia e Educação – O significado do Aprender.
- (https://www.movimentodown.org.br/educacao/inclusao-de-alunos-com-sindrome-de-down-no-ensino-fundamental
- CHAT 21
- Nunes, Angelita Crespo - Recepcionando.